Em entrevista ao artista Frank Piasta, é discutida a influência de seus professores, Gotthard Graubner e Kuno Gonschior, em sua trajetória artística. Embora o foco de Graubner na cor e na interação de aspectos materiais e imateriais em seu trabalho seja evidente, Piasta enfatiza a continuação de uma certa tradição artística. Ele vê sua arte como parte do “modernismo radical” e uma exploração contínua da história da experimentação artística.

A conversa investiga as escolhas materiais de Piasta, especialmente o uso de silicone. Ele descreve como chegou a usar o silicone como meio para sua arte, destacando as propriedades únicas de fluidez e opacidade do material. O trabalho de Piasta muitas vezes confunde a linha entre o tangível e o intangível, criando uma tensão que atrai e às vezes repele os espectadores.

O processo artístico de Piasta caracteriza-se pelo acaso controlado e pelo ato físico de espalhar e estruturar a tinta. O seu trabalho desafia frequentemente as noções tradicionais da pintura e ele não se considera confinado ao rótulo de pintor. Ele prioriza o processo em detrimento de planos pré-determinados, permitindo que as pinturas evoluam organicamente.

As camadas de silicone no trabalho de Piasta obscurecem a determinação exata da cor, levando a uma imprecisão espacial ilusória. Este efeito evoca por vezes uma sensação de paisagem nas suas pinturas, inspirando-se nas tradições da pintura europeia. Piasta também discute a influência dos artistas americanos que rejeitam a tradição e a tensão criativa que surge das suas diferentes abordagens.

O desfoque e a estética da imagem borrada são cruciais para o trabalho de Piasta. Ele cria intencionalmente transições que desafiam a percepção do espectador, incentivando a autorreflexão e a busca por novos pontos de vista. A imprecisão em seu trabalho serve como uma ferramenta provocativa para estimular o pensamento e o questionamento do espectador, em vez de um meio de revelar o eu interior.

No geral, a arte de Frank Piasta representa uma continuação das tradições artísticas ao mesmo tempo que ultrapassa os limites da pintura e da percepção, enfatizando a interação entre o material e o imaterial, bem como o acaso controlado no seu processo criativo.