Nascido em Málaga, a 24 de março de 1858, José Moreno Carbonero formou-se inicialmente como artista na Escola Superior de Belas Artes da cidade, onde foi aluno de Bernardo Ferrándiz e desde muito cedo demonstrou um notável talento para a pintura. Depois de viajar para Sevilha e Paris com uma bolsa concedida pela Diputación de Málaga (conselho provincial), com apenas vinte e um anos executou ali a sua primeira grande pintura histórica, El príncipe de Viana (“O Príncipe de Viana”, 1881) , que o anunciou como um dos grandes mestres do género, como só alguns anos mais tarde o confirmaram obras tão significativas como La conversión del duque de Gandía (“A Conversão do Duque de Gandía”, 1884) e a esplêndida Entrada de Roger de Flor en Constantinopla (“Entrada de Roger de Flor em Constantinopla”, 1884), que foi encomendada pelo Senado e é indiscutivelmente uma das mais importantes pinturas da história espanhola do século XIX.

Em 1898 Moreno tornou-se membro da Academia de San Fernando de Madrid e estabeleceu-se definitivamente na cidade. A partir daí viveu confortavelmente no seu casarão da rua Miguel Ángel e foi aclamado como um dos mais reputados retratistas da alta sociedade, embora estas obras sejam os exemplos menos apelativos da sua obra. Ensinou Dalí e Picasso na Escola de Belas Artes e recebeu as mais altas condecorações e homenagens durante sua vida, como as cruzes de Alfonso XII e Isabel a Católica, entre outras. Ele também foi nomeado grande oficial da Coroa da Itália e de São Miguel da Baviera e comandante da Estrela Polar da Suécia.

Pintor extraordinariamente prolífico, além de pinturas históricas e retratos, também produziu cenas de gênero e orientalistas, pinturas de tipos humanos e vistas de cidades com edifícios monumentais. Destaca-se particularmente pelas suas inúmeras pinturas que ilustram episódios de obras literárias, especialmente Gil Blas e também Dom Quixote, pelas quais desenvolveu uma verdadeira paixão nas últimas décadas da sua vida. Ele morreu em Madrid em 15 de abril de 1942.